O diabetes tipo 2 é a forma mais comum de diabetes (caracterizada por resistência à insulina e deficiência relativa de insulina. Atualmente, mais de 250 milhões de pessoas são afetadas pelo diabetes mellitus no mundo todo, e esse número está aumentando, ao mesmo tempo que há o aumento exponencial da obesidade, doença crônica caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura e que vem acompanhada de diversas outras enfermidades e de uma diminuição da expectativa de vida.
A junção das duas 2 doenças originou o termo “Diabesidade”, criado no ano de 2001 pelo professor e doutor Paul Zimmet, fundador do Instituto Internacional de Diabetes no ano de 1984. A obesidade contribui significativamente para o desenvolvimento da resistência à insulina, que pode evoluir para o diabetes tipo 2. 80% a 95% dos indivíduos com diabetes tipo 2 são obesos, e a maioria dos indivíduos obesos termina desenvolvendo resistência à insulina, diabetes tipo 2, dislipidemias, hipertensão arterial e maior incidência de doenças cardiovasculares.
O diabetes tipo 2 e a obesidade podem ser tratados com mudanças na dieta, exercícios, medicamentos/ insulina (no caso da diabetes) e com a cirurgia bariátrica. Em casos em que apenas a mudança comportamental não é suficiente, as mudanças fisiológicas promovidas pela cirurgia bariátrica a colocam como excelente opção de tratamento.
Nos últimos 20-30 anos, a bariátrica tem sido adotada como tratamento para obesidade, com ou sem diabetes tipo 2, e muitos estudos colocam a cirurgia como o tratamento de escolha, especialmente para pacientes com ambas as doenças, pois ajuda estes pacientes principalmente em relação as mudanças na maneira como o aparelho digestivo “sente” o alimento e os nutrientes após o procedimento bariátrico.
Existem cada vez mais evidências sobre os efeitos benéficos da cirurgia bariátrica, como remissão do diabetes tipo 2, controle da obesidade a longo prazo, associação à redução do risco microvascular e possivelmente complicações macrovasculares, especialmente se o tratamento cirúrgico for introduzido num estágio inicial da doença. Por outro lado, há o risco de recaída do diabetes, o que deve ser levado em consideração quanto a alertar os pacientes para o planejamento dos cuidados pós-operatórios.
Fonte: Artigo Dr. Orlando Pereira Faria https://www.sbcbm.org.br/diabesidade-o-que-e-isso-e-porque-e-considerado-uma-epidemia/
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